O CaixaForum é o Centro Cultural do Banco Caixa, em Madrid. Ele é localizado no Paseo del Prado, avenida que concentra os principais museus da cidade, como o Thyssen-Bornemisza, o Prado e o Reina Sofia. O CaixaForum é o mais recente destes, tendo sido inaugurado em 2008, e é um projeto dos arquitetos Herzog et De Meuron.

O lote era originalmente ocupado por uma estação de energia. Da estrutura existente, os arquitetos optaram por preservar apenas as paredes externas. O interior é completamente novo. As fachadas em tijolo aparente tiveram a sua base removida, permanecendo suspensas em relação ao chão. Isso dá a impressão de que o museu está levitando, desafiando a força da gravidade. Os invólucros dos espaços do térreo são em vidro com filtros escuros, telas para projeções e espelhos, o que faz com que esses volumes ‘desapareçam’. Isso reforça a sensação de desprendimento do bloco de tijolo do piso.

Havia no lote também uma estação de gás, que foi demolida. No seu lugar, foi criada uma praça que possibilita ao visitante admirar o prédio à distância. Em uma das laterais da praça, foi criado um imenso (e belíssimo) jardim vertical. A praça conta também com bancos e com um pequeno espelho d’água que oferece um frescor nos dias quentes de verão. Seu piso é inclinado, uma forma de compensar pelas diferenças de nível do entorno.

Como o primeiro pavimento do museu é suspenso em relação ao térreo, a praça avança por baixo do prédio. Ela atravessa para o outro lado da quadra, o que facilita o acesso de pessoas chegando de diferentes direções. A sensação que temos é de estar adentrando em uma caverna, pois é um espaço escuro, com pé direito baixo e com uma luz no fim do túnel. No fundo do lote, para compensar o desnível, foi criada uma parede com uma cascata. Além de refrescar nos dias do verão, cria um agradável som ambiente.

O centro cultural é composto por um pavimento de recepção com loja e salas administrativas, dois pavimentos de exposição e um restaurante na cobertura. No subsolo, além de serviços e instalações, há um auditório e estacionamento.

A cobertura em aço cortén possui uma forma inusitada que espelha a silhueta dos prédios do entorno. Achei muito bonito o contraste entre as cores do jardim vertical, os tijolos aparentes e a cobertura metálica. Nesta casca, foram feitos pequenos furos, através dos quais é realizada a entrada de luz natural. O resultado é um desenho recortado que muda ao longo do dia. Por estes furos é também possível observar a paisagem madrilenha.