Arte Contemporânea em São Paulo – Bienal de Arte e Ai Weiwei
13/11/2018

São Paulo está atualmente com duas exposições imperdíveis de arte contemporânea: a 33ª Bienal de Arte (7 setembro – 9 dezembro 2018) e “RAiz Weiwei” (20 Outubro – 20 Janeiro 2019). Para quem estiver de passagem na cidade pelos próximos meses, vale a pena conferir.

trabalho de Antonio Ballester Moreno, confeccionado em parceria com crianças de cinco escolas públicas de São Paulo

33ª Bienal de Arte São Paulo.

A curadoria desta edição ficou sob a responsabilidade do espanhol Gabriel Pérez-Barreiro. Sua proposta intitulada “Afinidades Afetivas” traz uma reflexão sobre a relação entre artista, o curador e o tema. Pérez-Barreiro convidou 7 artistas para integrar o time curatorial. Cada um deles ficou responsável pela curadoria de uma exposição coletiva de arte contemporânea dentro da bienal. Os artistas convidados são Alejandro Cesarco (Aos nossos pais), Antonio Ballester Moreno (sentido/comum) ,Claudia Fontes(O pássaro lento) ,Mamma Andersson (Stargazer II) ,Sofia Borges (A infinita história das coisas ou o fim da tragédia do um) ,Waltercio Caldas(Os aparecimentos) e Wura-Natasha Ogunji(sempre, nunca). Nestas exposições coletivas, os artistas colocam os seus trabalhos ao lado de outros artistas convidados por eles, sob um tema afim.

Trabalho de arte contemporânea assinado pela argentina Claudia Fontes, mesclando natureza e cultura, arte e poesia

Além destes 7 artistas-curadores, há também exposições individuais de 12 artistas: Alejandro Corujeira, Aníbal López, Bruno Moreschi, Denise Milan, Feliciano Centurión, Lucia Nogueira, Luiza Crosman, Maria Laet, Nelson Felix, Siron Franco, Tamar Guimarães, Vânia Mignone.

Denise Milan
Nelson Felix
Lucia Nogueira
Youmna Chlala

“RAiz Weiwei” individual do artista contemporâneo Ai Weiwei

Próximo ao pavilhão Ciccillo Matarazzo, onde acontece a bienal, está em cartaz a exposição do artista Ai Weiwei, com curadoria de Marcello Dantas, na OCA.

Esculturas formadas a partir de raizes de árvores típicas do estado da Bahia

Logo na entrada, nos deparamos com uma linha do tempo, que começa a contar a história do artista contemporâneo Ai Weiwei desde o nascimento de seu pai, Ai Qing. Episódios pessoais são intercalados com momentos políticos, visto que o contexto histórico é fundamental para a compreensão de sua obra. Tanto é que ao lado de cada trabalho da exposição, há uma placa relembrando o episódio histórico relevante para o trabalho em questão. Essa abordagem da curadoria realça o quanto o discurso político é forte na obra de Ai Weiwei. A seguir, uma seleção dos trabalhos na exposição de arte contemporânea.

Reto

Em 2008, um terremoto na China deixou mais de 80 mil mortos. Enquanto muitos prédios resistiram aos tremores, os prédios públicos, sobretudo as escolas, foram destruídos. Uma evidência da corrupção administrativa e da má qualidade dos materiais de construção empregados. O artista contemporâneo Ai Weiwei recuperou os vergalhões da escola de Beichuan para a composição do trabalho “Reto”, onde ele cria uma topografia a partir de 164 toneladas de aço. Essa é a primeira vez que a obra é exposta em sua totalidade.

Lei da Viagem (Protótipo)

Em 2015, mais de 1 milhão de refugiados entraram na Europa.  O artista contemporâneo esteve na ilha de Lesbos, na Grécia e documentou essa entrada, o que resultou no documentário “Human flow”. Além disso, Ai Weiwei criou grandes esculturas infláveis chamadas “Lei da Viagem”. Essa exposta na OCA foi colocada no lago do Parque Ibirapuera no dia 12 de Outubro, 2018.

“Deixando cair uma urna da Dinastia Han” e “Vasos Coloridos”

“Deixando cair uma urna da Dinastia Han” e “Vasos Coloridos”

Ambos os trabalhos remontam à destruição de relíquias, que ocorreu em grande escala durante a revolução cultural (1966-76), sob o governo de Mao Tsé-Tung.