Delfos
Saímos de Atenas com uma excursão em grupo para Delfos e Meteora, com duração de dois dias. A viagem até Meteora é longa – são mais de 4 horas de estrada – então vale a pena pernoitar. Na ida, passamos por Delfos localizado na encosta do Monte Parnaso, declarado como patrimônio mundial da unesco em 1987.

Na Grécia, mitologia e história se misturam. De acordo com a lenda, Zeus soltou duas águias e, no ponto em que os voos delas cruzaram, foi encontrado o centro da terra (gaia). Neste local, foi estabelecido Delfos. Considerado um lugar sacro, Delfos passou a ser um destino de peregrinação, onde eram feitas oferendas aos deuses e consultas aos oráculos (pytho ou pythia), a partir do século 7 B.C.

A maior parte das construções no local datam do século 6 B.C. O atual sitio arqueológico inclui um templo para Apollo (cujas ruínas datam de 4BC), uma ágora (uma espécie de praça), um teatro e uma pista de competição. Foram encontrados também vestígios de tesouros que eram deixados em pequenos templos, em nome de cidades especificas. O mais preservado desses é o templo do tesouro de Atenas. Do que podemos ver na foto, as pedras claras não são originais mas sim resultantes de restauração.

Neste pequeno templo de Atenas podemos observar o estilo da ordem dórica da arquitetura clássica – colunas de seção redonda, o capitel com secção quadrada. As colunas sustentam o pórtico, composto por arquitrave, frontão, métopas (segmento em que aparecem as imagens decorativas, e esculturas em relevo) e os tríglifos (peças com linhas verticais). De acordo com o teórico John Summerson, muitos desses templos eram réplicas em pedra de templos feitos anteriormente em madeira. Ou seja, os tríglifos na verdade imitavam a seção das vigas de madeira das construções originais.
Além do sítio arqueológico, o local conta com um museu que reúne objetos descobertos nas escavações, como objetos de bronze e ouro. A mais importante dessas é a estátua de bronze “l’ aurige”.
Arquitetura Religiosa em Meteora
Meteora é uma região no norte da Grécia que reúne monastérios ortodoxos, exemplares de arquitetura religiosa, no topo de colinas. Hoje permanecem apenas 6 dos 22 monastérios originais. A localização isolada garantiu proteção a esses monastérios contra a ocupação turca, que ocorreu no final do século 14.


A formação geológica da região é composta por rochas sedimentares, como o arenito, um tipo de pedra encontrada no fundo e na margem de rios. Essa composição sustenta uma teoria de que toda a região fora antigamente submersa.
Os acessos a esses monastérios eram feitos de formas variadas – alguns eram acessados por escada, outros por teleféricos e alguns somente por escalada.

Nem todos os monastérios são abertos a visitação. Os que são abertos não permitem fotografar dentro das suas capelas. As capelas no interior são inteiramente cobertas por pinturas com cenas bíblicas. Pequenas frestas para as janelas sugerem que a estrutura é composta de paredes auto portantes. Visto que a preocupação era com a proteção destes monastérios, as construções são viradas para dentro e geralmente contam com um pátio interno. Devido à altura, muitos destes mosteiros desfrutam de uma bela vista panorâmica.