Nesta minha curta visita à capital inglesa, não pude deixar de conhecer o complexo Barbican. Esse projeto foi uma grande referência para o meu projeto final da faculdade.
A poucos minutos a pé da London Bridge, o Barbican está situado numa região que foi fortemente bombardeada durante a segunda guerra mundial. Seu projeto é assinado pelo escritório Chamberlin, Powel and Bon, um dos principais escritórios ingleses do pós-guerra. Sobre uma laje gigantesca, articulam-se usos variados – desde blocos residenciais a teatro, biblioteca, museu, galeria de arte, comércio, salas de espetáculo, estacionamento e serviços. Tem até uma estação de bombeiros.
As torres residenciais vieram primeiro, datando das décadas de 60 e 70. Torres que chegam a 42 andares. O centro cultural em si só foi concluído em 1982. Pelo o que pude perceber, o complexo incita uma divergência de opiniões. Ele chegou a ser votado o ‘prédio’ mais feio de Londres em 2003 pelo “Grey London Poll”. Já eu particularmente gosto muito dessa arquitetura brutalista, de peso. Conseguir perceber vestígios do processo construtivo ainda impressos nas paredes…acho isso sensacional! Muito parecido com o London National Theatre, outro edifício que eu também adoro.
Mas o Barbican vai além do feio e do bonito. O mais fascinante sobre ele é a sua escala, a sua intergração com a cidade, os seus múltiplos acessos e as conexões urbanas que ele gera. Sob a sua laje, passam as linhas do metro além de vias para ônibus e carros. É muito interessante ver como as pessoas se apropriam do espaço sobre a laje e como, apesar do rompimento com o nível da rua, não temos a sensação de um distanciamento. A laje parece um prolongamento da calçada a partir das suas rampas de acesso. Criam-se então praças cheias de vida.
Nunca tinha visitado um híbrido tão complexo quanto esse. Acredito que ainda precisaria voltar muitas vezes para realmente compreender inteiramente o seu funcionamento.