O Metropol Parasol, mais conhecido como ‘Las Setas de Sevilla’ (tradução: os cogumelos de Sevilha), é uma estrutura inaugurada em 2011 que se tornou um marco na paisagem da urbe desde então. Selecionado a partir de um concurso internacional em 2004, o projeto é uma criação do alemão Jürgen Mayer H e sua equipe.
Situado na Plaza de la Encarnacíon, o complexo inclui um sítio arqueológico no subsolo, um mercado com bares e restaurantes no térreo e uma praça elevada sob a imensa estrutura. Um dos objetivos era oferecer um anteparo para o sol, gerando sombra nesta cidade tão conhecida pelas altas temperaturas. Elevadores levam à cobertura, onde há um mirante com uma vista panorâmica de Sevilha e uma sala de projeção onde passa um vídeo de apresentação com as principais atrações turísticas regionais.
Há um percurso na cobertura, o que permite uma visualização mais plena da paisagem. As formas curvas proporcionam emoluduramentos e diferentes pontos de vista sobre os monumentos do entorno.
O mercado não é um programa novo neste local. Já no século 19, o Convento da Encarnacíon acolhia aqui o primeiro mercado da cidade, que contava com 400 barracas que vendiam produtos frescos. O mercado foi eventualmente demolido em 1973. O encerramento das atividades e consequente abandono propiciou a degradação do entorno imediato durante anos. A inauguração das “Setas” e o novo uso que ele trouxe contribuiu para a revitalização do bairro.
Jürgen Mayer H traz da sua experiência nas artes uma abordagem criativa para a concepção arquitetônica. O Metropol Parasol foi desenvolvido em um processo de design paramétrico, caracterizado pelas formas orgânicas e complexas. Para a construção, a equipe contou com consultoria técnica de engenharia da ARUP.
A estrutura é formada por seis parasóis em forma de cogumelo, medindo um total de 150m de comprimento por 75m largura e 28m de altura. O módulo da malha ortogonal mede 1,5 x 1,5m. As colunas que sustentam a estrutura foram cuidadosamente espaçadas para não danificar o sítio arqueológico no solo.
Outra inovação do projeto é a estrutura majoritariamente em madeira. Foram utilizados painéis tipo Kerto, compostos por micro lâminas de abeto, com 3mm de espessura, coladas umas nas outras, o que resulta em uma elevada resistência mecânica. Dada a complexidade da estrutura, a ARUP desenvolveu um programa que permitia calcular a espessura da madeira em cada encontro da malha, de modo a otimizar o uso do material. As espessuras das peças variam de 7 a 22 cm. O projeto conquistou o bronze no prêmio Reddot, na categoria “Construção Sustentável”.
As 3000 peças de madeira que fazem parte da trama são unidas entre si por barras de aço fundidas na diagonal, trabalhando assim a tração e dando estabilidade horizontal ao conjunto. Toda a estrutura de madeira é revestida por uma película impermeável e flexível em poliuretano, que protege da humidade, mas também permite a transpiração da matéria.
O monumento que inicialmente gerou uma polêmica entre os moradores parece ter sido acolhido ao longo do tempo. Trata-se de um exemplar de arquitetura contemporânea em uma cidade tão rica historicamente.
Referências:
The World’s Largest Woodn Structure – Yatzer, Acesso: 10 de fevereiro 2024
Metropol Parason Jurgen H Architects – Archdaily, Acesso: 10 de fevereiro 2024
Setas de Sevilla – Historia, Acesso: 10 de fevereiro 2024