Bolonha é a sétima maior cidade italiana, em termos de população, e fica localizada na região de Emília-Romanha. É conhecida como “la rossa” (a vermelha), por sua arquitetura de fachadas e pisos avermelhados. A cor também faz referência ao posicionamento político da cidade, que tende a eleger governos de esquerda.
Bolonha é sede da mais antiga universidade da Europa – L’Alma Mater Studiorum. Fundada em 1088, ela conta atualmente com cerca de 80 mil alunos inscritos. Por isso, a urbe também é chamada de “la dotta”, fazendo referência aos doutores formados por aqui.
Essa cidade de muitos apelidos também é conhecida como “la grossa” (tradução: a grande ou a gorda) pela sua riqueza gastronômica. É daqui o tagliatelle al ragù, o tortellini, o tortelloni, a mortadela e a lasanha verde.
Para finalizar, há o seu apelido ‘la turrita’ – uma referência às muitas torres que existiam na cidade durante a idade média. Segundo pesquisadores, entre os anos 1200-1300, havia cerca de 180 torres que foram construídas por famílias abastadas.
Os motivos para a construção dessas torres e as suas funções não são totalmente conhecidos. Alguns estudiosos consideram que seria uma demonstração de poder econômico das famílias ricas, que viviam em competição umas com as outras, ou uma medida para a sua defesa e segurança. No século 13, muitas dessas torres foram demolidas ou tiveram suas alturas diminuídas, para prevenir o tombamento ou colapso. Poucas permaneceram até o início do século 20, embora ainda haja muitas bases de torres espalhadas pela cidade.
Outro elemento característico da arquitetura de Bolonha são os pórticos. Antigamente, a área coberta, porém aberta nas laterais, era isenta de imposto imobiliário. Com isso, propagaram-se os pórticos por Bolonha. Os primeiros eram bem mais altos, com estrutura de madeira (ver foto abaixo). Com o tempo, a altura foi diminuída e as galerias ganharam arcos.
Foram tantos os moradores que construíram suas residências sobre pórticos que esta estrutura se tornou obrigatória, para que houvesse um padrão na cidade. Os pórticos em arcadas podem ser encontrados em outras cidades da Emília-Romanha, como Modena por exemplo, mas de fato é em Bolonha que ela é mais presente e característica, dada a antiga lei.
Historicamente, Bologna teve 3 muradas que rodeavam a urbe. A primeira foi construída pelos etruscos e já foi totalmente demolida. A segunda, chamada de cerchia del mille, estima-se que foi construída em torno do ano mil. Desta, sobraram 4 pórticos dos 18 pórticos originais. Esses são chamados de terrasotto, por serem pórticos sob uma torre. Um pedaço desta murada permanece ainda na Piazza Verdi.
A terceira e última murada é a ‘circla’. Sua construção data do século 13 e ficava localizada onde hoje passam as avenidas que circundam a cidade. Trechos da terceira murada ainda existem.
Dentre os exemplares de arquitetura que valem conhecer, destaco a Basílica de São Petrônio. Localizada na Piazza Maggiore, essa igreja foi construída com o dinheiro doado população. Ou seja, essa não era a catedral da igreja católica, mas um templo do povo. A catedral da cidade é a San Pietro e fica perto dalí, na Via dell’Indipendenza.
Havia um desejo entre a população de que a Basílica de São Petrônio fosse a maior igreja da Itália, superando a de Roma. Quando o papado tomou conta de Bologna, entretanto, a construção foi interrompida. O dinheiro doado pela população revertido para a universidade. Com isso, a construção foi interrompida e permaneceu inacabada. Isso é perceptível ao observarmos as laterais e os fundos da edificação, que parecem terminar de repente. Janelas de esquina e pórticos fechados, elementos que poderiam ser internos e acabaram virando fachada, dão a impressão de que a Basílica poderia ter crescido mais.
A Basílica tem um mural que mostra uma imagem de vários líderes no inferno. Além de políticos e governantes, há uma representação de Maomé. Devido ao conteúdo da imagem, há sempre militares na porta de entrada, como medida de segurança em caso de tentativa de atentado.
Foi em Bologna que aconteceu o maior atentado da Itália, no dia 2 de agosto de 1980, quando colocaram uma bomba na estação de trem. 85 pessoas morreram e cerca de 200 ficaram feridas. O buraco deixado pela bomba permanece na estação, como memória para jamais esquecermos do que aconteceu. Todo ano, dia 2 de agosto, há um evento para relembrar este fato. Em 2023, fizeram um concerto com Requiem de Verdi, na Piazza Maggiore.
Bolonha é relativamente central. É possível viajar por poucas horas e chegar em grandes cidades como Milão ou Veneza. Há também cidades menores nos arredores que valem a visita, como Parma, Modena e Ravena. A seguir, alguns destaques pela região.
Parma
Modena
Ravena
Fontes e referências
Bologna Rising Acesso: 15-08-2023
Le 100 Torri della Bologna Medioevale Acesso: 15-08-2023
The Walls of Bologna Acesso:15-08-2023