Dubai | Arranha céus no meio do deserto
20/12/2019

Dubai é um dos sete emirados que compõem os Emirados Árabes Unidos, país localizado no Golfo Pérsico. Historicamente, o local já foi um ponto estratégico ao servir de porto para navegadores que vinham da Europa fazer negócio com a Pérsia e a Índia. Apesar disso, pouco se sabe da história da região visto que há poucos registros de ocupação anteriores ao século dezoito.

Por anos a exploração do petróleo foi a principal atividade econômica de Dubai, desde o descobrimento do óleo nos anos 1960. Tendo em mente a eventual escassez do recurso, foi traçada uma estratégia de investimento no turismo nos anos 1980 e 1990 e parece ter dado certo. Em 2017, a cidade foi a sexta mais visitada no mundo com mais de 15 milhões de turistas, ficando atrás apenas Hong Kong, Bangkok, Londres, Paris e Singapura.

A Ilha Palm Jumeirah, em Dubai, onde estão concentrados hotéis e condomínios de luxo

Essa guinada do turismo ocorreu em parte graças ao investimento em arquiteturas de espetáculo. Começaram a surgir inúmeros projetos de ‘starchitects’ como Zaha Hadid e Skidmore Owen Merril (SOM). Obras faraônicas que desafiam o contexto geográfico e a força da natureza. Entre alguns exemplos estão o arranha céu Burj Khalifa, atualmente a maior torre do mundo com 828 metros de altura; arquipélagos inteiros como o Palm Jumeirah e o mapa do mundo ”The World”; “The frame”, uma moldura gigantesca em Zabeel Park que enquadra a cidade ao fundo; e até uma pista de ski de 400m no meio do deserto, onde a temperatura é sempre -4C.

Parece muito? Não para por aí. Como parte de uma estratégia de tornar Dubai uma referência em impressão 3d, estima-se que até 2025, cerca de um quarto dos prédios serão construídos utilizando essa tecnologia.

Além disso, Dubai pretende quebrar o seu próprio recorde construindo a nova torre mais alta do mundo – a Dubai Creek Tower, um projeto de Santiago Calatrava previsto para ser concluído em 2021. Sem contar que em 2020, Dubai sediará a próxima Expo Internacional e espera receber 20 milhões de turistas neste ano.

Dubai Creek será a torre mais alta do mundo. Imagem: Santiago Calatrava. fonte: https://www.archdaily.com.br

A seguir um resumo das principais obras que vale a pena visitar na cidade:

Burj Khalifa

A torre mais alta do mundo é um projeto de Skidmore Owen Merril e fica no centro de Dubai.  Na sua base, há um grande shopping center – o Dubai Mall – através do qual pode-se acessar o elevador que sobe até o 148o andar, de onde temos uma vista panorâmica da cidade.

Burj Khalifa

Além do shopping, a torre inclui também o hotel Armani, apartamentos residenciais e salas comerciais.  Parte do edifício está desocupado, principalmente os pavimentos superiores que tremem muito com o vento. Dependendo da velocidade do vento, os pavimentos mais balançam tanto que chegam deslocar quase um metro do eixo do arranha-céu.

Dubai frame

Inaugurado em Janeiro de 2018, esse é o maior “porta retrato” do mundo. Podemos perceber que Dubai é o lugar dos superlativos. O monumento fica entre a parte antiga e a mais nova da cidade, emoldurando portanto simultaneamente o seu presente e o passado. A estrutura de 150 metros de altura é inteiramente revestida em ouro. O desenho geométrico que cobre as janelas utiliza a logo da Expo 2020, cujo tema será “connecting minds” (tradução: conectando mentes).

Dubai frame, projeto do arquiteto Fernando Donis

Nas duas laterais da moldura estão os elevadores que acessam o topo, de onde temos mais uma vista panorâmica da cidade. Nessa ponte entre os elevadores há um caminho onde parte do piso é de vidro. O vidro recebe umas projeções e se torna transparente no momento em que a pessoa caminha sobre ele. Apesar de toda a segurança do complexo, só consegue atravessar quem não tem medo (algum) de altura. #tenso

Al fahidi

Engana-se quem pensa Dubai só tem modernidade. O centro histórico da cidade preserva algumas construções típicas dos beduínos, tribos árabes que viviam no deserto. O bairro histórico de Al fahidi fica ao longo do riacho khor dubai (ou dubai creek) e em 2018 foi feito o pedido para entrar na lista de sítios preservados da Unesco.

Al fahidi

Nessa região, as casas datam do final do século 19 e início do século 20. Algumas tiveram os seus usos convertidos e hoje funcionam como galerias de arte, lojinhas ou departamentos administrativos públicos. É uma região que soube explorar com leveza o contraste entre o patrimônio e o contemporâneo.

Em resumo…

Dubai se tornou uma das principais conexões quando se viaja do ocidente para a Ásia. A criação da companhia aérea Emirates contribuiu para esse aumento de fluxo de passageiros na região. Muitas pessoas que não têm Dubai como um destino final mas acabam passando pelo seu aeroporto, aproveitam para tirar uns dias para visitar a cidade. A sua ampla variedade de atrações é convidativa e por mais que as suas construções sejam megalomaníacas, elas também são fascinantes.