A Importância de Áreas Verdes nas Cidades – O Exemplo de Curitiba
27/05/2021

Considerada a capital ecológica do Brasil, e destacada como uma referência de planejamento urbano sustentável, a cidade de Curitiba traz um pensamento ambiental ao longo de sua história (OLIVEIRA, 2001).

Foto: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Parque_Barigui,_Curitiba,_Paran%C3%A1.jpg

As primeiras ações de cunho ambiental foram tomadas na década de 70, durante a gestão de Jaime Lerner, quando foram construídos dois grandes parques públicos – o Parque Barigüi e o Parque São Lourenço.  Esse ato foi em conjunto com a Lei Municipal 4557/73 sobre proteção de vegetação de porte arbóreo, além de uma campanha de conscientização, na qual a população local era envolvida no processo de conservação da vegetação. Com o lema “Nós damos a sombra, você a água fresca”, a campanha visava incentivar as pessoas a regarem e cuidarem das árvores nos seus bairros.  Com essa iniciativa, mais de 60 mil árvores em média foram plantadas por ano (OLIVEIRA, 2001).

Foto: https://guia.melhoresdestinos.com.br/parque-sao-lourenco-185-5360-l.html

Outra lei importante foi a Lei nº 5234/75 de zoneamento e uso do solo, aprovada durante a gestão Saul Raiz.  Em conjunto com o decreto 400/76, foram criados os chamados “setores especiais de fundo de vale”, o que permitiu a desapropriação do que viria a ser o maior parque da cidade – o Parque Iguaçu.

Durante o período de 1972-82, foram criados mais três parques e três bosques na cidade, o que representou um acréscimo de quase 10 milhões de metros quadrados de área verdes, em torno de 10m² por habitante. Em outras palavras, 30 anos atrás Curitiba já se aproximava dos parâmetros ideais, determinados pela ONU em 2012, de 12m² de área verde por habitante.

A década de 70 foi a década de maior incremento em termos de áreas verdes públicas na cidade, especialmente através dos três parques já citados.  Mais do que uma medida de lazer para a população, essas áreas verdes ofereceram uma solução para a crise crônica de ocorrência de enchente na cidade.  Esses parques possuem grandes reservatórios no seu interior, que retardam o despejo da água da chuva no sistema de águas pluviais.

Apesar da capital do Paraná não ter vivido uma década tão intensa em termos ambientais desde então, essa consciência ambiental permanece no planejamento da cidade.  Na década de 90, o prefeito Jaime Lerner sancionou a lei no 7833/91 que dispunha sobre o controle, a preservação e a recuperação do meio ambiente.  Essa postura sustentável não se manifestou apenas nas políticas de criação e preservação de áreas verdes, mas também no manejo do lixo e mobilidade urbana, atribuindo a Curitiba uma identidade fortemente caraterizada por uma preocupação ambiental.

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Foto: https://www.melhoresdestinos.com.br/o-que-fazer-em-curitiba.html

Referência:

OLIVEIRA, M. A trajetória do discurso ambiental em Curitiba (1960-2000). Universidade Federal do Paraná. In: Revista de Sociologia e Política nº 16: 97-106 Junho 2001.

Mariana Magalhães Costa